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segunda-feira, 2 de março de 2015

Antes que você vá, fique mais um pouco.

Preciso te contar como foi minha vida até agora. Na verdade, não tem muito segredo.

Uma vez que você significou tanto para mim, seria difícil não sofrer com qualquer resquício seu. Músicas lembram nós, lugares lembram nós. Mas isso não é nem de longe o que mais me fez sofrer com tua ausência.

Sofri mais com as bocas que me fizeram lembrar a sua. Um estranho no metrô, um outro no ônibus... Até na fila do pão. Juro. Por uma me deixei levar, ... não tem o mesmo toque macio da sua. Acho que nenhuma tem.

Você virou meu mundo de ponta cabeça e ele nunca mais foi o mesmo depois de tudo. Continua com a bagunça que você deixou... Mas tudo bem, sei me virar com ela. Me encontro melhor nela.

Antes que você vá, fique mais um pouco. Te faço um cafuné, trago sua cerveja preferida  e prometo ouvir com atenção quando você falar do seu time.  Vou concordar, a contra gosto, daquele gordinho que corria pouco, mas que brilhava muito. É interessante como seu sorriso se abre nessa situação... Eu, como um reflexo, sorria junto. Eu lembro dessas coisas. E faço questão de manter como uma lembrança boa. Dentre tantas lembranças ruins, essas pequenas tapam o buraco que você deixou.

Deixou.

Deixou o gosto de quero mais e uma vontade que nunca acabará e que sim, estará para sempre adormecida. Fica aqui... Eu sei que logo mais você vai embora e só me restará guardar essa última lembrança nossa, antes que eu adormeça novamente.









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