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terça-feira, 12 de maio de 2015

A gente foi ficando...

Sem perceber, ficamos.
Estava despreparada quando num áudio curto ouvi “te pego hoje!”.  A tarde passou lentamente, a noite mais ainda e eu fiquei. A gente foi ficando. Nem eu, nem você tínhamos que trabalhar no dia seguinte, ninguém se importou com o “battery low” e nem eu e nem você nos perguntamos do amanhã. Tínhamos uma música.  
Depois, o “boa noite” por ligação que se tornou rotineiro era dito olhando no olho, seguido de um beijo carinhoso na testa. Depois as minhas roupas de trabalho ocuparam espaço no seu bagunçado guarda-roupa. Já não tinha louça suja na sua pia e imãs de delivery em sua geladeira. Comida e amor eram frescos. Feitos quando fossem desejados.  
E então o final de semana começa na sexta-feira após o expediente e sempre vinha uma surpresa com você. Ora era um rosa, ora uma pelúcia, ora alguma mala pronta e uma viagem inesperada.
Nós visitávamos a casa dos meus pais e dos seus. De repente nós éramos visitas. E de repente nós éramos nós.
Nós fomos ficando, sem rótulos, sem cerimônias. Vivíamos nós, a nossa maneira, do nosso jeito, com o que acreditávamos. Nós ficamos (simplesmente) e ficamos com nossa cumplicidade e lealdade. 
De repente, não me lembro mais como foi que fiquei. Mas fiquei pro café forte que você preparou, fiquei pro teu “bom dia” e fiquei nos teus dias.